Sabe o que são?
O mundo do trabalho está a passar por variadas transformações, que implicam novos desafios à saúde e bem-estar dos colaboradores (Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho, 2007). Estas mudanças levam ao surgimento de riscos psicossociais (Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho, 2007). Esses riscos, segundo a Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho “estão relacionados com a forma como o trabalho é concebido, organizado e gerido, bem como com o seu contexto económico e social, suscitam um maior nível de stresse e podem originar uma grave deterioração da saúde mental e física”. Em 2005, mais de 20% dos colaboradores dos 25 Estados-Membros da União Europeia admitiam que a sua saúde estava em risco devido ao stresse em que estavam expostos no seu trabalho (Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho, 2007).
A estratégia comunitária de 2002-2006, solicitou a Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho a criar um «observatório dos riscos» para perceber quais seriam os novos riscos emergentes (Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho, 2007). Desta forma, o Observatório Europeu dos Riscos realizou inquéritos dirigidos a peritos em que os resultados desses inquéritos foram complementados por uma investigação científica (Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho, 2007). Assim sendo, os novos riscos no local de trabalho podem ser identificados precocemente e podem ser tomadas medidas para os evitar (Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho, 2007).
Os principais riscos psicossociais emergentes identificados pelos peritos foram os seguintes (Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho, 2007):
1. Novas formas de contratos de trabalho e insegurança no emprego
Hoje em dia utilizam-se cada vez mais contratos de trabalho precários, associada à tendência para a «produção com qualidade» e a externalização (entregar trabalho a organizações externas), afetando a segurança e a saúde dos trabalhadores (Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho, 2007). Os trabalhadores com contratos precários tendem a fazer os trabalhos mais perigosos, em piores condições e recebem menos formação na área de segurança e saúde no trabalho (Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho, 2007). Trabalhar em mercados de trabalho instáveis pode originar sentimentos de insegurança no trabalho e potenciar o stresse profissional (Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho, 2007).
2. A mão-de-obra em envelhecimento
Atualmente, na Europa a população ativa é envelhecida, logo os colaboradores são mais vulneráveis aos perigos resultantes das más condições de trabalho (Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho, 2007). Devido à indisponibilidade de oportunidades de aprendizagem, estes colaboradores com mais idade podem ter como fonte de stress as exigências mentais e emocionais que lhe são impostas no imediato (Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho, 2007). Esta problemática pode afetar a sua saúde e aumentar a ocorrência de acidentes de trabalho (Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho, 2007). Para se promover um local de trabalho saudável e seguro ao longo da carreira profissional, há que ter em conta as necessidades de cada colaborador, incluindo os mais velhos (Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho, 2007).
3. Intensificação do trabalho
Cada vez mais, os colaboradores têm de lidar com grandes quantidades de informação e maiores volumes de trabalho (Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho, 2007). Aqueles que trabalham em nova formas de emprego ou em sectores muito competitivos, tendem a sentir-se menos seguros (Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho, 2007). Pode ocorrer que alguns colaboradores tenham medo que a sua eficiência seja colocada em causa e por isso aumentem o tempo de trabalho para concluir as tarefas, no entanto, podem não ser compensados e não terem o apoio social que necessitam (Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho, 2007). Numa fase, em que as exigências aumentam e o volume de trabalho não é tido em conta para recrutar colaboradores, isto pode gerar um aumento do stresse profissional e afetar a sua saúde (Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho, 2007).
4. Exigências emocionais elevadas no trabalho
A intimidação no local de trabalho aumenta as exigências emocionais requeridas aos colaboradores (Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho, 2007). A violência e a intimidação chega a todas as profissões e sectores, prejudicando quer as vítimas quer as pessoas que presenciem, aumentando o stresse e afetando negativamente a saúde mental (Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho, 2007).
5. Difícil conciliação entre a vida profissional e a vida privada
Os problemas no trabalho influenciam a vida privada das pessoas (Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho, 2007). O trabalho incerto e ocasional, os grandes volumes de trabalho e os horários variáveis e imprevisíveis, quando o colaborador não consegue ajustar às suas necessidades pessoais, pode causar um conflito entre a vida profissional e a vida privada (Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho, 2007). Com isto, pode ser difícil conciliar a vida profissional e a vida pessoal, o que provocará um mal-estar no trabalhador (Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho, 2007).
Neste sentido, a Escola de Afetos fornece às empresas avaliação e intervenção em riscos psicossociais.
Texto escrito por Carolina Violas, Psicóloga, Pós-Graduada em Gestão de Pessoas
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